Palavras Diversas


Não seria o momento do ministro Joaquim Barbosa acordar para fatos de extrema gravidade?  Como as acusações de prevaricação que pesam contra Gurgel, o procurador Geral da República e contra Serra em "A Privataria Tucana"?
Ao ser arguido por repórteres sobre as denúncias de Marcos Valério que envolvem o ex-presidente Lula, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, afirmou que o Ministério Público tem que investigar o caso.

Creio que tanto os repórteres, que buscaram repercutir depoimento do réu do mensalão dado ao MP em setembro passado, e o ministro do STF, cumpriram seus papéis, agiram de acordo com a função que exercem.
Neste caso somente...

Marcos Valério demora 7 anos para dizer que a "culpa é do Lula, é do PT" e que sofre ameaças de morte, para ter sua pena reduzida, exercendo o papel de delator [tardio] para obter este benefício.  Até ele cumpre seu papel, desesperador, de escapar de uma pena superior a 40 anos, até ele...

Tanto a imprensa tem que buscar repercutir fatos importantes, como o ministro da mais alta corte tem que aconselhar investigações contra toda e qualquer denúncia.

Mas a pergunta que não quer calar: por que não há um enxame de jornalistas a procura de Joaquim Barbosa para amplificar as denúncias do senador Collor de Mello contra o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, pelo crime de prevaricação?
Um senador acusa o Procurador Geral da República de prevaricar e ninguém se coça atrás da notícia? Ou seja, segundo o dicionário de português on line: "Cometer (o funcionário público) crime de prevaricação, que consiste em retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposições legais, por interesse ou má-fé."
Se a grande imprensa brasileira desejar cumprir seu papel, encontraria com facilidade tais declarações no Senado, onde discursos são registrados, poderiam entrevistar o senador e registrar suas razões para tão grave acusação.
Se assim fizesse, a imprensa hegemônica, estaria cumprindo sua função de investigar e informar a sociedade, com zelo e respeito aos fatos apresentados.

Joaquim Barbosa recomendaria investigações e ajuizaria a gravidade da acusação contra Gurgel? Se o fizesse cumpriria seu papel, com o vigor dos sedentos de justiça.

E o que dizer das gravíssimas denúncias contra José Serra, fartamente documentadas no livro "A Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr., que possibilitou, há cerca de um ano, que fossem colhidas assinaturas suficientes para criar a CPI da Privataria, até hoje não instalada?
José Serra foi blindado e o livro desqualificado pelos auto-proclamados "formadores de opinião".
Setores importantes da imprensa brasileira abriram mão de aprofundar as investigações e desvendar o maior crime lesa pátria de nossa história, que movimentou cerca US$ 70 bi de dólares.

Roberto Gurgel nunca tocou no assunto e finge desconhecer a matéria.

O contraponto da acusação que um bandido condenado a 40 anos de prisão faz a Lula, logo alardeada pela imprensa conservadora com insinuações de ser verdade, torna bastante claro que não é somente uma questão de se cumprir o papel, que seja da imprensa, do STF ou da PGR, que está sendo notado.
Valério pode acusar quem quiser, para livrar-se do pior, mas precisará comprovar o que afirma, só suas palavras não bastam.
Ou melhor: para a imprensa suas palavras somente bastam contra Lula...
E para Barbosa e Gurgel, o que diz o apenado é o que basta?  Será o suficiente, a "conta do chá" para cercar judicialmente Lula?

Mas e o que Collor afirma contra Gurgel, NÃO é suficiente?
Os documentos públicos reproduzidos em "A Privataria Tucana" contra Serra e o grão tucanato, nada representam?
A jovem democracia brasileira corre risco novamente, agora ameaçada pelos ataques midiáticos sistemáticos contra adversários e pela judicialização da política pelo STF.


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