Direto da Redação


Desligue a TV e acesse o YouTube, convida o portal da secretaria de Estado de Cultura. Alternativa à mídia tradicional, o site de compartilhamento de vídeos é uma potência de entretenimento digital que conquista, cada vez mais, novos usuários e produtoras antenadas. Com boas sacadas e capricho técnico, canais online fresquíssimos, como o Parafernalha e o Porta dos Fundos, vêm produzindo um conteúdo de excelente qualidade e em larga escala. No espaço livre da rede, o humor concentra as atenções através de webséries rápidas e escrachadas.

A “veia rebelde” da internet, como descreve Felipe Neto, fundador da produtora Parafernalha, permite que os realizadores experimentem formatos inéditos e conteúdos mais ousados do que os normalmente vistos na televisão. “Eu enxergo o futuro na web. A rede é um espaço infinito onde é possível qualquer um fazer como e quando quiser”, sugere Neto. Mas, como angariar público nesse ambiente tão dinâmico? E qual é o timing certo para colocar um vídeo no ar?

Aberta no ano passado, a Parafernalha é uma empresa especializada em vídeos de humor para a internet. Em pouco tempo de funcionamento, a empresa soma mais de 76 milhões de visualizações em seu canal no YouTube, graças a webséries regulares, como Coisas que gostaríamos de dizer, que chega a contabilizar cerca de 5 milhões de views por episódio. Protagonizada pelo próprio Neto, a série virtual brinca com situações do cotidiano, como a flatulência de um desconhecido no elevador. “O humor não tem que ser pautado pela moral, ou pelas regras da ‘titia’”, explica o rapaz de 24 anos.


Gênios impressionistas invadem o Rio



O Impressionismo rompeu com as regras tradicionais da pintura e repensou a luz e o movimento a partir de técnicas inovadoras, algumas jamais vistas antes do século 19. Até o dia 13 de dezembro, 85 obras-primas de 47 nomes ligados ao movimento artístico – e seus seguidores – estão expostos no CCBB do Rio, depois de atrair 320 mil visitantes em São Paulo. Frente a frente com os cariocas, telas de grandes mestres, como Monet (ilustração), Van Gogh, Gauguin, Renoir e Toulouse-Lautrec, pertencentes ao acervo do Museu d’Orsay, em Paris, dono da maior coleção de pinturas impressionistas do mundo.

Batizada de Impressionismo: Paris e a modernidade, a mostra reúne sete módulos, sendo três deles dedicados ao dia a dia na capital francesa: “Paris, a cidade moderna”, “A vida urbana e seus autores” e “Paris é uma festa”. Ali estão as cenas e vistas do rio Sena e da catedral de Notre-Dame retratadas por Camille Pisarro, as situações da vida burguesa descritas por Pierre-Auguste Renoir, o cotidiano mundano das prostitutas captado por Henri de Toulouse-Lautrec, além das famosas bailarinas de Edgar Degas.

De acordo com Camila Lamha do portal da secretaria de Estado de Cultura, os outros quatro módulos – “Fugir da cidade”, “Convite à viagem”, “Na Bretanha” e “A vida silenciosa” – põem à vista trabalhos de pintores que escaparam do ritmo acelerado da cidade para experimentar uma vida calma e reservada. Entre os que buscaram a tranquilidade do campo como forma de inspiração está Claude Monet, que se mudou para Argenteul, no interior da França, e depois manteve residência em Giverny. Vincent Van Gogh, por sua vez, seguiu para Arles, com o intuito de formar uma colônia de artistas, enquanto Paul Gauguin e Émile Bernard foram viver na Bretanha.

Maior projeto da história do CCBB, a exposição é uma iniciativa do Museu d’Orsay e da Fundación MAPFRE para o Centro Cultural Banco do Brasil. “Com mais este importante projeto, reforçamos nossa missão de promover o acesso à cultura para um público cada vez mais amplo, principalmente para os brasileiros que ainda não podem viajar para apreciar os acervos dos grandes museus internacionais”, observa Marcelo Mendonça, gerente do CCBB Rio. “Esta mostra também contribui para projetar o Rio internacionalmente e firmar a cidade no circuito das grandes mostras internacionais, ao lado de cidades como Paris, Berlim, Roma, Londres, Tokyo e Nova Iorque”.

Espetáculo circense revive universo místico do Profeta Gentileza


Até o dia 25 de novembro, o mundo místico de José Datrino, o Profeta Gentileza (1917-1996) ganha uma nova forma com uma nova montagem do espetáculo Univvverrsso Gentileza – O Mundo É Redondo e O Circo Arredondado, na Praça 11.

Segundo a Agência Brasil, a produção da Cia. Crescer e Viver de Circo busca atualizar o legado que Gentileza, personagem da memória popular brasileira, deixou em suas pregações de mais de três décadas pelas ruas do Rio de Janeiro e de outras cidades do país, simbolizadas em sua máxima “gentileza gera gentileza”. Mas é bom lembrar que Gentileza foi muito achincalhado, ofendido e chamado de “mala” em suas andanças pelo Rio. Depois de morto, o remorso coletivo resolveu “canonizá-lo”.

Personagens inspirados nas inscrições deixadas por Gentileza nas pilastras do Viaduto do Caju, na zona portuária do Rio, são retratados no espetáculo concebido por Leonardo Guelman, estudioso da obra do profeta e autor de uma tese de mestrado em filosofia, publicada em livro com o mesmo nome da peça.

 “O espetáculo é conduzido por três clowns que representam as três fases filosóficas de Gentileza – positivista, tropicalista e hippie”, explica Vinicius Dauma, um dos diretores da encenação. Tomado por uma revelação após o incêndio do Gran Circus Norte-Americano em Niterói, em 1961, tragédia que resultou em mais de 500 pessoas mortas, José Datrino largou sua vida de empresário do setor de transporte de cargas para se dedicar à pregação da gentileza.

“Para ele, a tragédia que ocorreu com o circo, redondo como a Terra, era uma metáfora do que ocorre com o mundo”, explica. “O universo gentileza, que dá título ao espetáculo, era o próprio local do circo incendiado, onde ele foi morar e iniciou sua pregação contra a lógica do favor e da obrigação. O profeta defendia que cada um fizesse uma coisa pelo outro pelo simples prazer de fazer”, disse o diretor.


Sobre o autor deste artigo
Luiz Antonio Mello - Cultura
Jornalista, radialista, produtor musical e escritor. Trabalhou nas rádios Federal, Tupi e Jornal do Brasil. Criou, juntamente com Samuel Wainer Filho, o projeto "Maldita", na Rádio Fluminense FM. Foi colunista ainda dos jornais O Pasquim, Jornal do Brasil, Opinião, Folha de Niterói e O Estado de S. Paulo. Foi diretor de criação da Tech & Midia Comunicação Integrada, cronista dominical de O Fluminense, editor de cultura da revista Caffè Magazine e cronista do jornal International Magazine.


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