REVISTA BULA
O francês Alexis de Tocqueville era um intelectual notável. Dois de seus livros se tornaram clássicos, “O Antigo Regime e a Revolução” e “A Democracia na América”. Embora seja muito estudado noutros países, no Brasil não havia nenhuma biografia. Sai agora uma obra imperdível: “Alexis de Tocqueville” (Record, 714 páginas, tradução de Mauro Pinheiro), de Hugh Brogan.
Tocqueville escreveu de forma brilhante, como cronista e analista político privilegiado do antigo regime e da Revolução Francesa de 1789. Intelectual refinado, investigava, explicava e escrevia muito bem. A sobrevivência de seus textos se deve, em larga medida, à qualidade de sua prosa e à sua capacidade de observação direta (não apenas mediada por outros textos). Magistrado francês, foi para os Estados Unidos com o objetivo de estudar seu sistema “judiciário-carcerário”. O resultado foi “A Democracia Americana”, um poderoso estudo sobre a sociedade dos Estados Unidos que extrapolou, de longe, os objetivos iniciais de sua pesquisa.
As ideias de Tocqueville sobre os Estados Unidos influenciaram a filósofa alemã Hannah Arendt. Pode-se dizer que a intelectual judia atualizou o trabalho de pensador do francês.
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