Brasil 247


Na terra natal, Dilma esquece o estilo paz e amor
Foto: Sergio Lima/Folhapress

PRESIDENTA ESCOLHE MINAS GERAIS PARA IR AO ATAQUE, DEFENDER AS REALIZAÇÕES DO GOVERNO LULA E ATACAR O PERÍODO TUCANO NO GOVERNO FEDERAL, QUANDO O PAÍS TERIA VIVIDO “UM PROCESSO DE CRISE DE DÍVIDA, INFLAÇÃO, RECESSÃO E DESEMPREGO”

Minas 247 - Nos últimos meses, a presidenta Dilma Rousseff escolheu um figurino “paz e amor” no exercício do cargo. Fez elogios a antecessores, reuniu-os durante a instalação da Comissão da Verdade e ensaiou um modus operandi na presidência que a diferenciava do padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As diferenças foram notadas pela oposição, que em alguns casos passou a elogiar Dilma, concentrando as críticas sobre seu antecessor imediato.

Pois a mineira de Belo Horizonte escolheu a terra natal para ir ao ataque. Deu uma trégua no “Dilminha paz e amor” e desferiu golpes sobre a oposição. Como costumam recomendar os marqueteiros da política, não citou nenhum nome, para evitar contrapartidas diretas. Mas nem precisava.

A presidente da República começou seu discurso em BH - onde visitou, com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um hospital modelo - dizendo que o Brasil viveu, antes da gestão de Lula, “um processo de crise de dívida, de inflação, recessão, desequilíbrio e de desemprego”.

Acusou depois quem critica o governo federal pelas políticas de incentivo ao consumo. “Não concordo com a história de que não é preciso estimular o consumo”, disse Dilma. “Acho que o estímulo ao consumo vai da característica intrínseca do nosso modelo, que é de desenvolvimento com inclusão social.”

Alguns analistas, além de políticos da oposição, criticam essas medidas por trazerem como efeito colateral a elevação do nível de endividamento das famílias. Dilma, claro, discordou: “O Brasil não tem um índice elevado de endividamento se comparado aos padrões internacionais”. Fora da briga política, mas observando-se os fatos, eles parecem dar razão a Dilma. A relação entre o crédito e o PIB no Brasil não chega a 50%, muito inferior ao da média mundial, em torno de 80%, ou da média dos países mais ricos, superior a 100% do PIB - ou seja, por essa variável, ainda há potencial para crescer ainda mais o nível de endividamento.

Dilma continuou nessa linha, em sua fala na capital de Minas. “Vamos continuar o que Lula iniciou, inclusive com subsídios”, afirmou. “O endividamento das famílias brasileiras, sobretudo as das classes de menor renda, não suporta preços de mercado puro e simples”, disse a presidenta, para em seguida desafiar: “O governo subsidia, sim. Se isso, em um certo momento do passado, foi visto como algo incorreto, eu quero ver hoje quem defenda que é incorreto."

Era o mote para Dilma desferir os ataques à atual oposição e ao período em que ela esteve no poder federal. Lembrou, sempre sem citar nomes, que antes o Brasil era afetado seriamente por problemas econômicos em outros países: “Com as mudanças no governo Lula, o país passou a ter condições de enfrentar as crises lá fora, com recursos próprios. A partir do governo Lula, nós conseguimos ampliar o mercado interno e transformamos em consumidores, e em produtores, 40 milhões de brasileiros.”

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