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Valdeci Rodrigues
Impressionante como os esquemas de corrupção são forjados de forma tão relaxada por causa do sentimento de impunidade, principalmente pelos homens públicos.
É o caso agora do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), apontado com um dos fortes elos da quadrilha montada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.
Uma mansão pertencia a Perillo. A partir daí até a prisão do próprio Cachoeira dentro imóvel em 29 de fevereiro, haja versões, todas "nebulosas", sobre como um governador vendeu a casa para um chefe de quadrilha e como recebeu o pagamento.
O fato é que apareceram tantas histórias que a situação do tucano complica-se ainda mais.
O que seria uma simples venda de imóvel - mesmo que seja para um chefe de quadrilha - transformou-se num enredo que tem todas as características da mais pura maracutaia com o dinheiro do contribuinte.
Um exemplo: o empresário Walter Paulo Santiago afirmou na CPI mista do Cachoeira, que comprou a casa por R$ 1,4 milhão.... em dinheiro vivo!!!
Disse que registrou o imóvel em nome da Imobiliária Mestra, que ele representa legalmente, e que tem capital R$ 20 mil, apenas dois funcionários e não tinha atividade desde seu registro em 2006.
O negócio foi intermediado pelo ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia Wladimir Garcez (PSDB), em julho de 2011.
O tucano Garcez já havia dito na CPI que a mansão foi quitada por ele com três cheques, emprestados pelo ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu.
Em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, o bicheiro aparece conversando com Cláudio Abreu e avaliando a casa em R$ 3,5 milhões.
A "transação imobiliária" foi registrada num cartório da pequena cidade de Trindade, vizinha de Goiânia.
Foi morar na mansão o casal Cachoeira/Andressa Mendonça.
Só mais um "detalhe": R$ 1,4 milhão em "pacotinhos com cédulas de R$ 50,00 e de R$ 100,00". Paro por aqui.
Leitor, é história para "boi dormir". E tão mentirosa e relaxada, que os implicados sequer combinam o que irão dizer numa CPI mista do Congresso Nacional provocada por investigação da Polícia Federal.
Somente a Justiça que precisa de provas poderá deixar escapar essa promiscuidade do governador de Goiás, Marconi Perillo, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, na enorme quadrilha desbaratada pela Polícia Federal.
Como não somos a Justiça, nem precisamos de "provas nos autos", essa história da venda da casa carimba na testa de Perillo, mais uma vez, sua participação na quadrilha de Cachoeira.
Isso sem contar as outras provas colhidas pela Polícia Federal.
Será muito interessante o depoimento do próprio governador na CPI na próxima terça-feira.
Além da mansão do Cachoeira, há explicações demais jogadas no colo do governador, sempre no centro da quadrilha, de acordo com as investigações.
Agora, é esperar a morosa Justiça, com a vagareza peculiar quando se trata de roubo do erário praticado por quem é eleito para administrar o dinheiro de todos.
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