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Poema publicado na quarta-feira critica possível ataque israelense ao Irã
As tradicionais "marchas de Páscoa", manifestações pela paz organizadas em toda a Alemanha, reuniram neste sábado (07/04) milhares de participantes. Muitos deles expressaram apoio ao escritor Günter Grass que, nesta semana, provocou polêmica ao publicar um poema no qual faz duras críticas à ação do Estado de Israel.
Grass, Nobel de Literatura em 1999, foi duramente criticado por setores mais conservadores da sociedade israelense, incluindo o premiê Benjamin Netanyahu, pelo poema intitulado “O que precisa ser dito”, onde alertava para o perigo e o erro de um possível ataque preventivo israelense ao Irã.
Efe
Grass exibe o poema "O que precisa ser dito"
Para ele, isso representaria uma ameaça à paz mundial e classifica Israel como uma "potência atômica". O citado poema foi publicado na quarta-feira (04/04) no jornal alemão Süddeutsche Zeitung, assim como em outros jornais europeus, entre eles o espanhol El País.
"Günter Grass tem razão" ou "Obrigado, Günter Grass" diziam alguns cartazes exibidos em manifestação em Bremerhaven (norte).
"Foram feitos discursos (em apoio a Günter Grass)" como em Stuttgart, onde se reuniram mil pessoas, declarou Willi van Ooyen, porta-voz da célula de coordenação das "marchas de Páscoa".
"Ameaças e preparativos de guerra criam um ambiente político contaminado", explicou Ooyen. Ataques preventivos, como os que Tel Aviv se reserva o direito de realizar diante da ameaça que o programa nuclear iraniano representa, em sua opinião, "são crimes" e, por isso, desprezíveis.
Mil pessoas desfilaram em Berlim, 400 em Munique e uma centena em Leipzig (leste), segundo os organizadores. Ao total, foram realizadas 70 marchas.
Para o embaixador de Israel na Alemanha, Emmanuel Nahshon, o poema segue a "tradição de outros tantos antissemitismos". "Israel é o único Estado do mundo cujo direito à existência aparentemente se questiona", acrescentou o diplomata.
A reação da embaixada foi parecida com a do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, que qualificou Grass como "irresponsável" e considerou o poema um "agressivo panfleto de agitação".Pacifistas alemães apoiam declarações de Günter Grass sobre Israel
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