Blog do Zé

Nem os mais pessimistas previam plano tão draconiano para a Grécia. Nem eles foram capazes de prever ou chegar a tanto. É dos mais draconianos o pacote em elaboração pelo trio de arbitragem dos credores internacionais de Atenas, a troika FMI, Comunidade Europeia (CE), Banco Central europeu (BCE) para ser imposto ao país em troca de uma segunda parcela de substancial ajuda para o resgate financeiro.

Agora, tampouco, já não há mais dúvidas: as notícias são de que os líderes políticos gregos já capitularam e estão próximos a aceitar o duro plano de austeridade exigido pelo trio.

Vejam vocês: o "acordo" - entre aspas porque, pelo visto, a Grécia só tem a alternativa de dizer "sim" e "sim" - entre a Grécia e o trio, em fase de redação final, prevê a dispensa de 150 mil servidores públicos até 2015; uma redução de 22% no salário mínimo do setor privado no país; e a abolição da estabilidade de emprego no setor público.

150 mil demissões e fim da estabilidade do servidor público

O documento-roteiro do pacto (com nada menos que 50 páginas), estima que a economia da Grécia encolherá de 4% a 5% em 2012. O que recebe em troca? Uma vaga promessa incluída no texto, de serem criadas condições para que volte a crescer no 1º semestre do ano que vem.

O rascunho prevê, ainda, cortes profundos no pagamento de aposentadorias suplementares. Como se vê, não importa o custo, principalmente o social, importante para a troika FMI-CE-BCE - e para os bancos que em última instância representam - é impor a Atenas um corte/redução de € 600 milhões nos gastos do Estado.

Pobre Grécia! Agora, tudo depende do povo, uma vez que seus lideres, como indicam as informações vindas a público, já se renderam. A direita até já ameaçou se opor ao novo pacote de corte de despesas, salários (inclusive do mínimo), aposentadorias, dispensa em massa de servidores e fim do estatuto da estabilidade no serviço público, mas é jogo de cena e seria uma surpresa se realmente votasse contra contra o plano da troika no Parlamento.

Enquanto isso, lépidos e fagueiros, os bancos já estão salvos e os governos que endividaram o país e fraudaram suas contas, impunes. E lá nave vá.

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