do PROJETO NACIONAL
O anúncio do Governo de que o contingenciamento orçamentário – porque corte, mesmo, ele só vira na hora em que os recursos não são gastos – abre a última porta necessária ao Banco Central para caminhar rapidamente em direção àquilo que anunciou: a redução para um dígito da taxa de juros pública, a Selic.
A previsão de cortes do ano passado bastou, com grande folga, para o atingimento da meta de superavit primário projetada e, como ela não se elevou este ano, o contingenciamento é mais que suficiente para que seja atingida em 2012 sem maiores problemas.
A previsão de cortes do ano passado bastou, com grande folga, para o atingimento da meta de superavit primário projetada e, como ela não se elevou este ano, o contingenciamento é mais que suficiente para que seja atingida em 2012 sem maiores problemas.
É a última porta porque já se sabe, a esta altura, que a queda na inflação projetada para o ano vai se realizar com relativa tranquilidade e, com alguma sorte, terá índices bem próximos à meta de 4,5%, abaixo dos 5,3% previstos hoje pelo mercado financeiro.
Os dados divulgados sexta-feira e hoje pela fundação Getúlio Vargas, mostram uma redução significativa, sobretudo se considerada a parcela do índice que reflete a variação dos preços ao consumidor. O IPC nas duas medições, caiu de 0,92% para 0,41%, no IGP-10 (que mede os 30 dias entre 11/1 e 10/2) e de 0,56% para 0,16% no IGP-M 1º decêndio, que compara os últimos dez dias de janeiro aos 30 dias anteriores.
Os índices de preços ao consumidor da FGV e o IPCA – que é a inflação oficial, usada pelo mercado financeiro, seguem a mesma tendência, embora o índice da FGV apresente uma dispersão maior de valores , por razões metodológicas. verifique, porém que
O gráfico em que os dois índices de mês cheio são colocados lado a lado demonstram que, salvo acontecimentos pontuais, a tendência é uma redução do IPCA de fevereiro para um valor abaixo do 0,5% com que o Governo trabalhava para o mês, levando a inflação acumulada em 12 meses a um valor já a um ou dois décimos abaixo de 6%.
Ainda alta, mas 1,5% abaixo do que se registrava seis meses antes, quando o IPCA atingiu o pico de 7,33%.
É muito significativo, sobretudo quando se considera que não há uma relação aritmética entre a taxa de juros e a inflação, pois processos de desvalorização mais intensos costuma cobrar “prêmios” em taxas de juros reais muito maiores do que as variações dos índices de inflação.
E por estes prêmios, que são seus lucros, o mercado financeiro é duro na queda de braço, porque sabe que seu poder de influência se transmite á economia, estimulando expectativas que incidem sobre os preços, majorando-os.
Por isso, cuidado com as análises técnicas sobre inflação e juros. Elas embutem um fator que raramente deixa de influenciá-las: o dinheiro que se ganha com estas taxas.
Por: Fernando Brito
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