Diário do Pará
A Guerrilha do Araguaia ainda não está registrada nos livros de História, usados nas escolas públicas brasileiras. Mas essa correção já foi reivindicada pela Associação dos Torturados da Guerrilha do Araguaia, esta semana, à Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, ligada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Diretor-tesoureiro da associação, Sezostrys Alves da Costa destaca que não se vê os estudantes terem acesso à história da Guerrilha do Araguaia, que mobilizou o maior contingente militar depois da 2ª Guerra Mundial. “Não há registro oficial disso nos livros didáticos”, critica.
Ele diz que a cobrança foi feita e a comissão parlamentar ficou de reivindicar isso junto ao Ministério da Educação. “Aguardamos que nossa solicitação seja acatada para que todos tenham acesso a essa história”, completa.
OPERAÇÃO LIMPEZA
Em audiência pública realizada esta semana, pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, a Guerrilha do Araguaia e a chamada “Operação Limpeza” vieram à tona novamente. Sezostrys Alves da Costa sugeriu que a comissão investigue as “operações limpeza” que teriam sido iniciadas em 1975, após o fim da guerrilha, e que, segundo a associação tem notícia, tiveram continuidade até a década de 90. Segundo ele, essas operações tinham como objetivo retirar os vestígios da guerrilha, impossibilitando a reconstituição dos episódios e das circunstâncias sobre a morte dos guerrilheiros.
Ele disse que a associação possui dezenas de relatos que apontam a presença do então major Curió, acusado de comandar a repressão à guerrilha, e de outros integrantes do DOI-Codi e do Dops participando dessas operações. Segundo Sezostrys, as operações têm sido obstáculo para o trabalho de campo que vem sendo feito pela associação.
Esta semana o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, enviou para a Corregedoria da Casa pedido da Comissão de Direitos Humanos para que seja aberto processo sobre quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Segundo o deputado Domingos Dutra, presidente da comissão, Bolsonaro tentou obstruir os trabalhos da Comissão Parlamentar da Verdade que ouviu, em sessão fechada, ex-integrantes do Exército que participaram da Guerrilha do Araguaia, cujos depoimentos poderiam comprometer Sebastião Curió. (Diário do Pará)
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